Tricotando com Afeto
- Tânia Maria Vieira de Oliveira
- 7 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
Sinto que o processo de trabalhar manualmente me estimula à meditação e a busca do meu equilíbrio interior e, por isso, reservo algum tempo do meu dia a dia para me desconectar dos problemas e do estresse; faço isso por meio de uma atividade que se transformou em uma terapia natural: o tricô, que relaxa meu corpo e tranquiliza-me a mente.
Cultivar a vitalidade interior impulsiona a capacidade de reflexão. É fazer uma análise, muitas vezes crítica e dolorosa de si mesma, ou do seu cotidiano, mas que propicia novos saberes e conceitos como, por exemplo, deixar o passado para trás para e aceitar o novo, ou ainda enxergar outras formas de compreensão da vida, das pessoas com as quais convivemos, ou com às realidades que nos cercam. Entregar-se às novas experiências, desapegar-se das superficialidades e tomar consciência da impermanência do ser, que reduz o sofrimento e conscientiza de que tudo existe por um propósito maior e desconhecido, que depois um tempo deixará de existir. É nessa busca do eu interior que o tricô tem me levado a momentos de reflexão, análise, descobertas e diálogo comigo mesma.

Em outros momentos, é apenas uma distração. Como jogar paciência com as cartas de um baralho ou navegar pelas redes sociais; me distraio muito ao tecer uma charmosa gola, um estiloso cachecol ou um gorro, ouvindo as músicas que eu gosto, tomando o vinho preferido, conversando com pessoas amigas ou assistindo um bom filme.
Nesses momentos não há tempo para a solidão, apenas uma enorme paz e a certeza de que a vida é um milagre e que a maior conquista é estar aqui.
Além do mais, acho muito legal ver um trabalho concluído e poder dizer: fui eu que fiz.
Tânia Vieira
Comentários